23 de outubro de 2008

Zotero: novo paradigma para achar, guardar e citar referências bibliográficas

Companheiros e companheiras, esse post promete revolucionar nossas vidas! Esse mundão digital sem porteira nunca mais será o mesmo. Inevitavelmente, mergulhamos, destrinchamos e (sempre!) nos perdemos em meio a uma profusão de artigos, livros, sites, teses e dissertações. Ainda mais com a facilidade de obter um pdf. Mas não percamos a alegria e nem tempo em vão! Apresento-lhes o ZOTERO.


Estou deslumbrado com a versatilidade desse programinha, que é uma extensão gratuita do navegador Mozilla Firefox. O danado agrega várias funções planejadas para agilizar a rotina bibliográfica, como buscar um artigo, cadastrá-lo em um banco de dados pessoal, obter uma cópia e vincular com arquivos, anotar e citar, organizando tudo com grande dinâmica. Um grande atalho do ZOTERO é ser capaz de obter informações completas sobre citações diretamente da web de centenas de fontes diferentes, como google scholar, Scielo e web of science. Ele ainda é capaz de inserir citações bibliográficas em programas de edição de texto (Word, OpenOffice e WordPress). 

Para conhecer visite :: http://www.zotero.org/

Obrigado Endnote, talvez seja seu fim, mas seu legado prevalece!

Fernando Fernandez: Por que conservar a natureza afinal?

Poucas vezes li um texto tão instigante e inspirador quanto esse desabafo do Fernando Fernandez que foi publicado no site O Eco. Recomendo!

15 de outubro de 2008

ISA fornece mapa sobre a Amazônia

Pessoal, o ISA (Instituto Socioambiental) está disponibilizando um mapa para download com as unidades de conservação existentes na Amazônia brasileira.

 Essa versão é de 2007 e está em inglês.

12 de outubro de 2008

Ato #3 - Como entender padrões espaciais da biodiversidade? - Victor Landeiro

Dia 16/10, quinta-feira, o Victor vai apresentar algumas idéias do seu doutorado.

Vamos nos encontrar às 17h na sala de aula da Ecologia.

Vejam abaixo um panorama sobre a apresentação enviado pelo Victor.

Abraços a todos e até lá! Sássa

"Nos últimos anos a ecologia vem passando por uma mudança de paradigma que causa excitação em uns e desagrado em outros. Muito dessa controvérsia é devido à falta de habilidade matemática entre os ecólogos e à "irritante" idéia de incluir o espaço como um preditor da biodiversidade, em detrimento ao ambiente. Toda essa mudança foi gerada quando trouxeram para a ecologia o problema da autocorrelação espacial para os modelos ecológicos.

Atualmente, as escolhas de modelos e análises ainda é controversa, mas a principal idéia é tentar entender os padrões espaciais da biodiversidade. A ecologia nasceu tentando entender os motivos de tanta variação na biodiversidade de um local para outro, e a busca por esse entendimento parece que ainda será de grande duração.

A idéia dessa apresentação será discutir as mudanças recentes na ecologia e o que as pessoas tem feito paratentar entender a distribuição espacial de espécies, comunidades e diversidade beta. Em geral a idéia é incluir o espaço em análises espaciais, modificações de regressões lineares, para entender o padrão espacial e evitar que a estrutura espacial presente em dados ecológicos confunda a interpretação desses dados".

9 de outubro de 2008

Resumo da Reunião de 02 de Outubro

Pessoal, boa tarde pra quem é de boa tarde... Como previsto, apresentei nesta quinta-feira um pouco sobre o que fiz (profissionalmente!!) nos últimos 3 anos e meio em Manaus. Segue abaixo um resumo (bom, eu tentei...) do que foi tratado na apresentação (baixe o pdf aqui!). Quem tiver interesse, pode escutar o áudio da apresentação (baixe o arquivo em mp3 aqui!)

Resumo
Trabalhos sobre igarapés de cabeceira na Amazônia são difíceis devido principalmente à maior dificuldade de acesso. Sobre os grandes rios amazônicos estudos mostram a forte relação da fauna da calha principal com a planície inundável, relatando migrações laterais, longitudinais, mudanças na composição, todos estes padrões e processos relacionados a mudanças temporais no ambiente. Em igarapés de cabeceira, poucos estudos objetivaram estudar variações ao longo do tempo na composição da ictiofauna (p.e. Bührnheim & Cox-Fernandes 2001).

Buscando determinar padrões de variação temporal na ictiofauna, fizemos 3 amostragens de peixes e características ambientais em 31 igarapés da Reserva Ducke, ao longo de um ciclo hidrológico completo (setembro de 2005 e agosto de 2006). Utilizamos exatamente os mesmos trechos de 50m de igarapés em todas as amostragens, que são parcelas aquáticas permanentes estabelecidas em 2000.

Utilizamos a base de dados de Mendonça et al. (2005) disponibilizada pelo PPBio para realizar comparações com o ano de 2001. O número médio de indivíduos capturados por igarapé em 2006 foi maior que em 2001. Das 54 espécies capturadas, 19 foram novos registros para a área. Por outro lado, deixamos de detectar 14 espécies que haviam sido registradas. As principais diferenças de composição entre os anos foram relacionadas a estas espécies 'raras'. A composição geral, baseadas na abundância das espécies, não foi diferente entre os anos.

Já dentro do ano, detectamos diferenças significativas entre os períodos secos e o período chuvoso. O número de indivíduos capturados por igarapé foi menor no período chuvoso. A composição de espécies dos igarapés apresentou uma tendência significativa de mudar em uma direção coordenada entre o primeiro período seco e o chuvoso, e deste período para a segunda seca tendeu a retornar à composição da primeira seca (p.e. figura abaixo; dados de presença e ausência).
As linhas ligam a composição (resumida por nMDS) de um mesmo igarapé nas 3 diferentes amostragens: circulos abertos são a primeira seca; os vértices são o período chuvoso; e círculos abertos a segunda seca.

Variáveis físico-químicas da água e a composição do substrato dos igarapés foram diferentes entre seca e chuva, mas não afetaram as variações da ictiofauna.

Sugerimos que as diferenças de composição estejam relacionadas à utilização de poças temporárias pelos peixes no período chuvoso e ao seu retorno para o canal principal após este período. Concluímos, diferente de estudos anteriores, que existem diferenças significativas na composição da ictiofauna de pequenos igarapés de tera-firme entre momentos do ano e, assim, que a sazonalidade deve ser levada em conta quando se compara estudos realizados em diferentes áreas e períodos.

Atualmente, como bolsista PCI, e em parceria com Murilo Sversut, estamos desenvolvendo um estudo em 12 igarapés das bacia do Acará e Tinga, na Reserva Ducke. A idéia é amostrar todo o ambiente aquático da terra-firme, que envolve os igarapés, poças temporárias e permanentes, e ambientes alagados conectados temporariamente aos igarapés. Estudos sobre comportamento, reprodução, dieta, e experimentos de marcação e recaptura de alguns grupos de espécies, serão as ferramentas para tentar entender melhor os processos biológicos relacionados às diferenças detectadas ao longo do ano.

Por enquanto, a melhor referência sobre estes estudos é minha dissertação. Em breve, será publicado o artigo sobre sazonalidade, e postarei aqui um link para ele.

Abraço a todos. E compareçam na próxima reunião!!

Referência citada e não linkada:
BÜHRNHEIM, C. M. & COX­FERNANDES, C. 2001. Low seasonal variation of fish assemblages in Amazonian rain forest streams. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 12: 65­78.